domingo, 25 de dezembro de 2005

Credo do Espiritismo


Crer em um Deus todo-poderoso, soberanamente justo e bom;
crer na alma e na sua imortalidade;
na preexistência da alma como justificativa da presente existência;
na pluralidade das existências como meio de expiação, reparação e adiantamento intelectual e moral;
na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos;
na felicidade crescente com a perfeição;
na remuneração eqüitativa do bem e do mal, segundo o princípio: a cada um segundo suas obras;
na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores e nem privilégios para criatura alguma;
na duração da expiação limitada a da imperfeição;
no livre-arbítrio do homem deixando-lhe a escolha entre o bem e o mal;
crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível;
na solidariedade que liga todos os entes passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados;
considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterna;
aceitar corajosamente as provas, visto ser o futuro mais desejável que o presente;
praticar a caridade por pensamentos, palavras e obras, na mais ampla acepção do vocábulo;
esforçar-se cada dia por ser melhor do que na véspera, extirpando da alma alguma imperfeição;
submeter todas as suas crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém;
ver, enfim, nas descobertas da Ciência, a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus:
eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus.
Esse é o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, enquanto se espera que ele ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.
Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz e se pouparão aos males incalculáveis que nascem da discórdia, filha por seu turno do orgulho, do egoísmo, da ambição, do ciúme e de todas as imperfeições da Humanidade.
O Espiritismo dá aos homens tudo de que eles necessitam para sua felicidade aqui na Terra, porque lhes ensina a se contentarem com o que tenham.
Sejam os espíritas os primeiros a se aproveitarem dos benefícios que ele traz e inaugurem entre si o reino da harmonia que resplandecerá nas gerações futuras.

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Fonte: É o Espiritismo uma religião? - Allan Kardec- Reformador 94 (1764), março 1976 p. 78-82. (Traduzido da "Revue Spirite", dez/1868, p.353-362, por Ismael Gomes Braga. Transcrito do "Reformador" de out/1949).


Ressaltamos que deveremos ter a acuidade para interpretar corretamente o que significa "se contentar com o que se tem". Não se trata simplesmente de nos acomodarmos com as injustiças, os males gerais, as péssimas condições de vida, etc., pois se assim agirmos estaremos sendo estacionários na escala evolutiva.
Isso significa sim, que devemos ter consciência dos nossos erros, da nossa imperfeição e levantarmos a cabeça, seguindo em frente contra toda e qualquer dificuldade, visto ser o futuro mais promissor do que o passado, de acordo com o que fizermos agora e não ficar se lamentando por não possuir, no momento, tudo aquilo que desejamos.
O importante é aceitar com afinco todas as provas e observar no sofrimento um estímulo ao trabalho que necessita ser realizado, ou seja: "aceitar corajosamente as provas, visto ser o futuro mais desejável que o presente". Muitos acusam o espiritismo da prática do comodismo. Mas são acusações daqueles que desconhecem os seus reais princípios e, provavelmente, estão estagnados na escalada eterna. Enfim, não esqueçamos: "esforçar-se a cada dia por ser melhor do que na véspera, extirpando da alma alguma imperfeição".

sábado, 24 de dezembro de 2005

Boas Festas e Feliz Ano Novo


A Doutrina Espírita com seu fundamento básico consiste em dar ao Homem, os meios necessários para a verdadeira compreensão da vida, fornecendo-lhe informações imprescindíveis a sua evolução espiritual em progresso rápido, radioso e constante.
Os conhecimentos adquiridos, fixados por raízes sólidas, inabaláveis e indestrutíveis, entram em estado de progressão geométrica, liberando a razão da latência, proporcionada pela encarnação do espírito e pela evolução lenta e inconsistente.
Por isso, o Espiritismo é a doutrina do Consolador.
Aquela que é capaz de consolar o Homem que tem sede de evolução espiritual muitas vezes maior do que o faminto pela comida.
Aquela que permite que Homem atinja o seu limiar da compreensão, o rubicão de uma nova fase evolutiva. Fase esta mais acelerada, capaz de proporcioná-lo a novos mundos, mais felizes.
Mas para isso é preciso sentir a grandeza do universo, da humildade e do amor.

O GEAE é uma gota no oceano da evolução espiritual infinita...

O Espiritismo é uma Religião?


Este é o tema de um dos belos e significativos textos deixados por Allan Kardec, sendo proferido em discurso de abertura da Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, da Sociedade de Paris no dia 1° de novembro de 1868. O codificador prevendo os rumos que o espiritismo tenderia no futuro já se preocupou em avançar no assunto Religião e Espiritismo.
É importante observar o forte enfoque que ele faz da expressão "comunhão de pensamentos", utilizando-a como ponto central de seu discurso. O homem em sua saga evolutiva necessita viver em sociedade e, portanto, todos nós dependemos de alguma forma uns dos outros. Kardec fala do poder da união de pensamentos capaz de gerar reações extraordinárias de efeitos morais e físicos.
Ao imaginarmos o Espírito fora do corpo material, concluímos que o pensamento é sua característica inata e essencial, marcando a individualidade do ser humano. O Espírito não poderia existir sem ele. É praticamente impossível ao homem viver em total isolamento possuindo no seu íntimo a necessidade da convivência em comunidade.
O espiritismo esclarece a verdadeira importância da comunhão de pensamentos. No isolamento, o ser pensante já está entrando em sitonia com outras mentes afins. Engana-se assim, aquele que acredita que só sabe e consegue viver isolado. Provavelmente, ele deve possuir maior afinidade com outras pessoas que não estão encarnadas ao seu redor.
Da comunhão de pensamentos surgem as mais diversas sensações (efeitos) que podemos sentir em nossa caminhada eterna evolutiva. Unidos em sentimentos benéficos e positivos receberemos fluidos agradáveis e gratificantes e, inversamente, obteremos a desarmonia e suas conseqüências negativas.
Kardec ressalta que as Religiões são formadas com base na comunhão de pensamentos, mas cada uma segue os requisitivos que lhe convém para manter sua estrutura. Muitas persistem por longo tempo, outras surgem e extinguem-se rapidamente. Como fato inevitável, não se pode parar a evolução do Espírito. Com o tempo tudo passa por transformação para melhor, não havendo retrocesso, caso contrário, não haveria evolução no sentido amplo da palavra.
Sempre nesse caminho, as transformações são seguidas de fases de adaptação. As religiões como instituições organizadas, talvez sejam, as mais sujeitas as adaptações evolutivas em virtude da evolução espiritual a que todos estão seguindo. As transformações são mais rápidas quanto mais evoluída for a comunidade. Dado a isso, surgiu a Doutrina Espírita, como fonte renovadora da união de pensamentos na Terra para o bem comum.
Vamos a ao seguinte trecho do texto: “...Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que esta deve e pode exercer toda a sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das garras da matéria. Infelizmente, em sua maioria, afastam-se desse princípio, `a medida que fazem da religião uma questão de forma. Disso resulta que cada um, fazendo consistir seu dever na realização da forma, julga-se quite com Deus e com os homens, quando haja praticado a forma. Resulta ainda que cada um vai aos lugares de reuniões religiosas com um pensamento pessoal, de seu próprio interesse e o mais das vezes sem nenhum sentimento de fraternidade em relação aos outros assistentes; fica isolado no meio da mutidão, e não pensa no céu senão para si mesmo...”.
“...Se as assembléias religiosas - falamos em geral, sem fazer alusão a culto algum - muitas vezes se têm desviado do alvo primitivo principal, que é a comunhão fraterna do pensamento; se o ensino que nelas é dado não tem seguido sempre o movimento progressivo da Humanidade, é porque os homens não realizam todos os progressos a um tempo; o que eles não fazem em um período, fazem em outro; `a medida que se esclarecem, eles vêem as lacunas que existem em suas instituições e as preenchem; compreendem que o que era bom em uma época, de acordo com o grau de civilização, se torna insuficiente em um estado mais adiantado e restabelecem o nível. O espiritismo, nós sabemos, é a grande alavanca do progresso em todas as coisas; ele marca uma era de renovação. Saibamos pois, aguardar o porvir, e não peçamos a uma época mais do que ela pode dar. Como as plantas, as idéias precisam de amadurecer para que se lhes possam colher os frutos. Saibamos, além disso, fazer as necessárias concessões `as épocas de transição, porque nada na Natureza se opera de maneira brusca e instantânea...”

A revelação da existência do plano espiritual e da sua comunicação com o nosso plano terreno, abriu definitivamente, nova realidade filosófica e religiosa no planeta. Com base na ciência espírita, capaz de trazer novo horizonte na relação da vida, os conceitos e dogmas errôneos, muitos deles devido `as interpretações e traduções incoerentes e egoístas de livros religiosos tradicionais, foram desmantelados e vão ficar apenas como parte da história da humanidade.
O aspecto científico do espiritismo é primordial e essencial para o conhecimento da vida e adiantamento da humanidade. Com ele, a fé cega é substituida pela fé inabalável, sólida, com base na razão ampliando a Verdade para o homem, pois o pensamento tem poder para ir muito além do que a ciência pode comprovar num determinado tempo.
No caminhar da própria ciência observamos relevantes mudanças. As reuniões científicas, as relevantes discussões intelectuais e morais promovem avanços nos conhecimentos disponíveis ao homem, tanto do aspecto material como no moral, ou seja, no comportamento humano e no desenvolvimento da vida.
Kardec prossegue: "... Se assim é, dirão, o Espiritismo então é uma religião? - Perfeitamente! sem dúvida; no sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos ufamos disso, porque ele é a doutrina que funda os laços de fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre as mais sólidas bases: as leis da própria Natureza.
Por que então declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Por isso que só temos uma palavra para exprimir duas idéias diferentes e que na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto: revela exclusivamente uma idéia de forma, e o Espiritismo não é isso. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público só veria nele uma nova edição, uma variante, se assim nós quisermos expressar, dos princípios absolutos em matéria de fé, uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; o público não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos, contra os quais sua opinião tem-se elevado tantas vezes.
Não possuindo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, o Espiritismo não poderia nem deveria ornar-se com um título sobre o valor do qual inevitavelmente se estabeleceria a incompreensão; eis porque ele se diz simplesmente: doutrina filosófica e moral..."

No livro "O que é o Espiritismo", Kardec o define assim: "O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosofica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas relações".
Observamos a preocupação do Codificador com a conotação que se poderia, no futuro, fazer do Espiritismo no aspecto religioso. A Doutrina Espírita como elo de união de pensamentos em torno da solidariedade e fraternidade universal, promovendo a evolução moral dos indivíduos, acha-se perfeitamente enquadrado na palavra Religião.
Devemos reconhecer, entretanto, que entre as Religiões como Instituições existentes atualmente na Terra, o Espiritismo não se define. Há muito que se evoluir na Terra, não só em termos de Religião como em geral, para que o Espiritismo possa ter uma definição mais adequada ao que ele de fato é, longe dos padrões religiosos que conhecemos hoje. Isso, certamente, aconterá.
Devido ainda a ignorância de conhecimento da grandeza da Vida, parece que o Espiritismo é algo palpável, rígido, fixo e com regras definidas. Na realidade, a Doutrina Espírita é infinita e eterna, pois tudo o que estiver ao alcance do Homem no conhecimento da Vida faz parte do seu princípio básico maior, qual o uso da razão em todos os sentidos.
Basta darmos tempo ao tempo para ele se adequar a nova era do nosso planeta. As diversas visões que surgem do Espiritismo são próprias da sua evolução, tendo em vista se tratar de uma doutrina progressista.
Devemos trabalhar com seriedade e humildade para compreendê-lo adequadamente no tempo em que se encontra, evitando pensamentos egoístas e vaidosos que são vícios do fanatismo e colocando-o sempre a serviço do bem comum. Para isso, a unificação como movimento organizacional é a mais completa forma de se promover uma ampla e positiva comunhão de pensamentos.

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Referências:
ALLAN KARDEC. É o Espiritismo uma Religião? Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicologicos, dezembro de 1968, O Reformador, v.94, n.1764, p. 78-82, 1976.
ALLAN KARDEC. O que é o Espiritismo, IDE, 223p.1994.

domingo, 18 de dezembro de 2005

Ciência e Religião


A vida e a morte são fatos puramente reais. A existência da morte implicando num ponto obscuro sobre a curta trajetória do homem na Terra, o coloca em rumo ao desconhecido e não há como fugir da curiosidade sobre o que existe após a morte, especialmente pelo medo que ela impõe.
As dificuldades vividas pelo homem dia a dia e o sofrimento causado pelo corpo físico, através das doenças, fome, etc. também o levam quase que inevitavelmente à busca do conhecimento do outro lado da morte.
A vida simplesmente abre um vasto caminho para a religiosidade com base em diferentes pontos de vista sobre a continuidade ou não da vida após a morte. Na sociedade humana despontam sempre líderes em todas as áreas. Na religiosa, basta um líder espiritual lançar novas idéias ou conceitos e muito provavelmente surge uma nova forma de religião ou seita.
Para haver crescimento de algo, o conceito organização é primordial e as religiões tornam-se instituições organizadas de variadas formas como são as instituições políticas, culturais, cientificas, etc.
Uma Organização constituída implica em regras que devem ser cumpridas pelos seus membros seguindo certa hierarquia. Dificuldade de se manter regras estáveis, principalmente no campo da religião, promove dissidências de condutas e com elas formam-se novos grupos ou religiões.
Na área do espiritualismo também não poderia ser diferente. O espiritismo, umbanda, cultos africanos, seitas asiáticas, etc. são também exemplos do mesmo processo.
No processo de formação religiosa, há também a desagregação e o desaparecimento de religiões. O que leva uma religião ser superior à outra em número de adeptos? Dentre as inúmeras religiões e seitas qual a melhor a ser seguida? Qual a religião do futuro no planeta Terra?
Ao lado das religiões encontra-se a ciência especulativa e comprobatória que procura o conhecimento de tudo através experiências práticas. Um fato teórico, para ser aceito pela ciência, necessita de comprovação científica, com metodologia que possa ser repetida com o mesmo resultado obtido em qualquer lugar do mundo desde que satisfaça às condições experimentais.
O avanço tecnológico dia a dia coloca o homem mais perto do conhecimento real de muitos conceitos religiosos, tais como a origem da vida e do homem na Terra, a existência de vida em outros planetas, a existência da alma ou espírito, entre outros.
Quais as implicações disso nas religiões? Aliás, cabe ressaltar, que as religiões têm influenciado no próprio desenvolvimento científico nessa área e conhecimentos científicos contrários aos religiosos foram fortemente reprimidos no passado, como no caso de Galileu e outros; e hoje?
O homem está em evolução constante e assim todo o planeta. A evolução é variável em cada região, grupo e tempo. Como isso é um processo natural, as religiões como organizações de pessoas em evolução, também devem acompanhar a evolução de seus adeptos, caso contrário não poderão sobreviver. Para isso, elas necessitam fazer adaptações à medida que o tempo avança. A velocidade e os tipos de adaptações que se processam são proporcionais ao grau evolutivo de seus adeptos. Quanto maior, mais rápidas ocorrem.
No catolicismo, por exemplo, durante a idade média era comum a prática da "venda de um pedaço do céu" pela Igreja como indulgências dos pecados. Havia penas físicas violentas para aqueles que eram contrários aos seus ensinamentos e condenados pela inquisição. Imperava o poder da Igreja sobre o Estado. O medo da condenação ao inferno após a morte foi o suficiente para manter esse sistema por longo tempo.
Hoje a Igreja em si lamenta esse passado, embora ainda existam pessoas que compartilham com essa prerrogativa. Atualmente, o nível evolutivo espiritual da sociedade é muito maior e essas condutas são coisas do passado, porém a religião católica é a mesma em seus princípios.
Adaptações podem ser ressaltadas e constantemente novas condutas são adotadas. Há pouco tempo atrás, havia a obrigatoriedade dos fiéis irem à missa pelo menos uma vez por semana. Caso isso não se realizasse, seria necessário a confissão secreta desse ato considerado como pecado. As confissões eram também extremamente necessárias e os sacerdotes passavam longas orações conforme a gravidade que consideravam dos pecados. As festas religiosas, procissões, novenas, etc. faziam parte da nossa vida. Isso tudo era passado de pai para filho, de geração em geração, como tradições familiares e as crianças eram quase que obrigadas a participar desse sistema.
Mas, em pouco tempo, isso praticamente desapareceu. Hoje em dia as recomendações da Igreja são completamente diferentes. As confissões, já em massa e não mais individuais, são comuns. Há forte referência a uma auto-avaliação pessoal e os padres são mais aconselhadores ou lideres comunitários importantes. Não há mais um caráter punitivo e sim a melhora íntima, sem tanta interferência sobre o indivíduo como antigamente. As missas são mais participativas e agradáveis e os sermões mais curtos e objetivos.
Assim, várias novas adaptações surgem constantemente. Algumas tradições são mais difíceis de serem modificadas. Mas adaptação é uma necessidade vital, ou muitos adeptos procurarão outras religiões ou filosofias de vida, ou mesmo a descrença total, conforme o seu próprio grau evolutivo.
Ninguém pode negar que a ciência tende a exercer forte papel na conduta religiosa do planeta com o avançar dos tempos. A evolução espiritual das pessoas que estão reencarnando na Terra exige um novo padrão filosófico de vida. Nesse padrão, certamente inclui a liberdade de pensamento, o poder da razão, o amor ao próximo e a natureza, entre outros.
O espiritismo necessita também evoluir como tudo. Mas como está baseado na prática das observações do mundo real, nos planos terreno e espiritual e suas relações, coloca o homem no conhecimento de fatos que encontraremos além da morte, mantendo-se à frente da ciência que, pela comprovação científica de suas informações, fortalece a base da doutrina espírita.
O espiritismo não é uma religião propriamente dita conforme os padrões religiosos existentes. O trabalho na seara espírita tem caráter voluntário. Não depende de nenhuma instituição, pois o indivíduo o faz por achar que é importante para si e mesmo o estudo individual, sem pertencer a grupo nenhum, é muito produtivo. Quando um indivíduo atinge um nível de limiar de compreensão, basta apenas colocá-lo no caminho da verdade e deixar o resto por sua própria vontade e razão.
Mas como caráter de ligação do Homem com o plano Espiritual, ou com Deus, mantendo a postura no cominho do bem comum com a máxima da fraternidade universal, o espiritismo é, perfeitamente, uma religião. A evolução espiritual com base nas características morais é muito enfatizada.
O espiritismo é também ciência. As qualidades definidas da relação espírito:matéria faz da ciência uma área efetiva de importância fundamental na criação e desenvolvimento de todas as coisas. O Homem deve tirar proveito disso em benefício da vida e da harmonia universal.
Na busca incessante do conhecimento da vida e do universo com uso da razão, procurando viver melhor a cada dia, o espiritismo é também uma filosofia que põe o Homem à caminho da Verdade pela sabedoria.
Certa vez, um espírito de luz indagado sobre qual a melhor religião a ser seguida, simplesmente respondeu: "aquela que te coloca no caminho do bem". Isso mostra que cada um deverá caminhar conforme sua necessidade evolutiva. O caminho do bem é o caminho da verdade e o melhor a ser seguido. Encontrar esse caminho é o grande desafio, tendo em vista as inúmeras ramificações que existem em torno dele.

domingo, 11 de dezembro de 2005

Relação Espírito:Matéria. Considerações Finais


Planos Terreno e Espiritual

Apesar da reencarnação ainda não ser definida pela ciência na Terra, ela constitui a base que o homem necessita para compreensão de tudo o que nos envolve no mundo.
O homem já dispõe de certo avanço tecnológico capaz de iniciar uma longa caminhada na comprovação científica das informações que envolvem a doutrina espírita.
Um dos passos importantes será o desenvolvimento de equipamentos sofisticados capaz de manter contato direto com o plano espiritual. Da mesma forma que aconteceu com o telefone, rádio, televisão, celular, computador, etc. como meios de comunicação rotineiros entre nós, a ligação mais concreta dos planos terreno e espiritual com o uso da alta tecnologia, promoverá grande avanço na relação da vida, tão necessária à própria sobrevivência do planeta Terra, tendo em vista o avançado poder de destruição do próprio homem de baixo nível evolutivo espiritual. Embora as pesquisas ainda se encontrem em passos lentos nessa área, já é possível obter comunicações com o plano espiritual através de aparelhos relativamente simples (Spiricom - Videocom), cujos estudos são conhecidos como Transcomunicação Instrumental.
Sem o uso de equipamentos sofisticados, a comunicação entre os dois planos sempre existiu, por meio de pessoas com notável capacidade sensitiva, denominadas "Médiuns".
A partir do conhecimento da mediunidade, a doutrina espírita foi definida com informações fornecidas pelos próprios espíritos desencarnados de diversos níveis de evolução com o uso de várias formas de mediunidade e não representa algo fruto da imaginação ou invenção de uma pessoa. Mas é a compilação e avaliação das comunicações do nosso plano com o mundo espiritual ocorridas em todo o planeta de uma forma continua até os dias atuais.. Infelizmente poderíamos estar num nível muito mais avançado de conhecimento, caso o homem dedicasse muito mais tempo nessa importante área de conhecimento e não fosse negligenciada pela ciência devido a preconceitos religiosos.

A Ciência e o Homem

Na verdade a ciência pouco fez pelo homem a não ser talvez prolongar a vida por mais alguns anos. Ainda o ser humano faz o mesmo ciclo definido de vida na sua essência, ou seja, nasce e morre. É a única coisa real que ele conhece. Do nascimento à morte, ou melhor, da concepção à morte. Aquém da concepção ou além da morte tudo pode ser negado e não aceito. Dessa forma, a ciência não nos fornece subsídios para nosso objetivo de vida. Simplesmente resta-nos viver e aguardar a morte. A partir daí a ciência nada nos informa. Isso é muito pouco para uma humanidade de tantos milhares de anos e de perspectivas infinitas.
O homem também é dotado de uma inteligência e sua razão pode ir muito longe, dependendo do indivíduo. Cada um é definitivamente um ser individual com características próprias. Não existem no mundo dois indivíduos idênticos em tudo, não da genética dada a possibilidade com a clonagem celular, mas sim de pensamento, sentimento e comportamento humano que são as características do ser individual ou do espírito.
A razão coloca o ser humano num passo mais elevado na escalada evolutiva, porém o se desenvolvimento se faz com longa e constante jornada de trabalho e aprendizagem.
Por que há imensa lacuna no avanço científico sobre o conhecimento da vida após a morte? Será que isso não nos interessa? Viver um ciclo aqui na Terra é o suficiente para todo o ser humano? O conhecimento da vida após a morte é prejudicial ao homem?
De duas uma, ou nada existe após a morte, e, portanto não nos interessa, ou a vida continua após a morte e neste caso, devemos procurar o entendimento da chave vida-morte-vida e tirarmos proveito disso, assim como um cientista procura através da pesquisa uma vacina para a cura de uma doença.
Ao homem resta então a sua razão que é tão correta como a ciência comprobatória, dependendo do seu nível evolutivo. Para uns, a razão diz que tudo o que se falar sobre além da morte é falso ou uma questão de fé, para outros a razão antecipa a comprovação de tudo, que virá somente com a própria morte.
É possível se descobrir muita coisa com o uso da razão, através da avaliação, observação, comprovação, discussão, ou seja, a reflexão constante. Mas a razão também é proporcional ao seu grau evolutivo. O conhecimento da Verdade somente virá após muito crescimento espiritual.
O que é um absurdo e ridículo para uns pode ser um fato inegável para outros. Ao primeiro cabe esperar a comprovação real, ao segundo a decepção ou a satisfação pessoal. A decepção é experimentada pelas limitações da razão, quase sempre acompanhadas pelo fanatismo. A satisfação pessoal poderá ser muito maior do que se pode imaginar na adaptação de volta ao plano espiritual.

Princípios Básicos da Reencarnação

Para a compreensão da reencarnação devemos ter em mente alguns princípios básicos:
1. O espírito é eterno e está em constante evolução.
2. A verdadeira vida é a espiritual e a matéria é um meio que serve para a evolução do espírito.
3. Existem muitos planos (locais) que o espírito experimenta (vive) durante a sua saga evolutiva.
4. Sendo o espírito um ser individual, a sua evolução é também individual e depende muito do seu próprio esforço (vontade).
5. Em função da evolução constante há hierarquia de espíritos que trabalham na concretização e organização das reencarnações.
6. A medida que o espírito avança em sua evolução, ele vai se livrando da matéria (depurando) e da necessidade de se reencarnar.
7. Sendo a reencarnação um meio para a evolução do espírito, os tipos, formas e locais das reencarnações dependem do grau evolutivo e das características peculiares de cada um.
8. Não há privilégios ou "penas" individuais; tudo se processa visando a sua própria evolução.
9. A evolução é sempre progressiva e o espírito nunca retrocede em evolução, mas ela pode ser tão pequena que o espírito permanece praticamente estacionado por longo tempo.

O Sofrimento

O sofrimento é uma constante na vida do homem. Todos, de uma forma ou de outra, experimentam esse sentimento, uns mais outros menos intensamente.
O sofrimento é um efeito que está ligado a evolução espiritual que é a sua causa. Ele é temporário e à medida que o espírito segue evoluindo, vai diminuindo a necessidade do sofrimento e segue em frente aproximando-se da felicidade eterna, onde não existe mais sofrimento.
A matéria é um dos meios que certamente faz com que o espírito apresente duras formas de sofrimento. O sofrimento espiritual ou moral é muito mais difícil e ele é que vai sendo eliminado gradualmente com a busca da perfeição. Inclusive sendo eliminado ao passar por sofrimentos físicos durante os processos reencarnatórios.
O nosso corpo físico impõe, assim, diversas formas de sofrimento: doenças, ferimentos dos mais variáveis e dolorosos, defeitos físicos, dificuldades enfrentadas na vida social devido as diferenças na própria estrutura do próprio corpo (diferenças raciais, sexo, baixo, alto, gordo, magro, feio, bonito, etc.), inteligência, pouco raciocínio, envelhecimento, etc.
Muitos defeitos físicos ao nascimento são produzidos pela ação gênica (defeitos cromossômicos). Como a matéria é um meio de evolução do espírito a reencarnação num corpo físico com defeito é uma árdua experiência que ele aceita com a finalidade de adiantar mais rapidamente a sua evolução. Outras vezes são provas para resgate de ações negativas que viveram no passado. Deve-se ressaltar que não há efeito punitivo propriamente dito. Há sim necessidade de se passar por situações difíceis em virtude das suas más ações no passado.
Tudo está em evolução com infinitas moradas onde os espíritos se evoluem, dentro da harmonia universal. À medida que o planeta como um todo evolui, as doenças vão sendo eliminadas por força da própria evolução. Nos mundos mais adiantados que a Terra, onde ainda existe a reencarnação, não se encontram muitos sofrimentos que são comuns aos habitantes do nosso planeta Terra.
Os diversos mundos habitados estão em variáveis níveis evolutivos conforme a natureza geral de evolução espiritual de seus habitantes. A Terra que outrora era plano de planeta Expiatório passa a natureza de Regenerador com grau mais avançado na ordem evolutiva. No momento a fase é de transição, mantendo-se os dois caracteres com substituição gradativa do primeiro pelo segundo.O sofrimento é um efeito temporário que depende única e exclusivamente de cada um. O trabalho em benefício comum é uma forma eficaz de eliminá-lo o mais rápido possível, de acordo com a afirmativa “Amai uns aos outros como eu vos amei...”.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Dúvidas sobre Reencarnação

Ola franzolin

Estou com algumas dúvidas, pois estou lendo um livro e no primeiro capítulo são apresentadas algumas evidências para reencarnação; então a discussão do autor é em mostrar que existe realmente reencarnação e me apareceram certas questões quanto a isto.

Vemos todos os dias pessoas doentes e em conversas com outras que são espíritas recebi explicações de que os espíritos que estão encarnados nestes corpos doentes escolheram reencarnar como pessoas doentes pois tinham algo a resgatar. Se esta afirmação é verdadeira dentro da doutrina espírita então gostaria de ter esclarecido alguns detalhes quanto a isto:

- existe alguma pressão sobre o mundo material para que nasçam pessoas doentes, digo geneticamente ou não, ou o mundo material é bem explicado pela nossa ciência, ou seja, o nascimento de pessoas doentes baseado na probabilidade de mutações errôneas do nosso código genético ou qualquer outra explicação plausível cientificamente?

- como é governada a reencarnação em um corpo doente? Existe algum espírito maior que "pré-seleciona" os espíritos a serem reencarnados? - caso os espíritos que querem resgatar algo devam nascer em um corpo doente e se isto é aceito pela teoria espírita, então os espíritos devem saber a priori que o corpo escolhido será doente. Esta afirmação é certa?

- baseado no exposto acima me parece que a parte material é nada mais que um suporte para uma evolução do espírito. Desta forma como é vista a criação da espécie humana segundo o espiritismo? Foi casual ou houve a ação de um espírito maior nesta criação? Caso tenha havido esta intervenção de onde vem os espíritos e porque necessitaram criar um mundo material para uma evolução espiritual?

Talvez as minhas perguntas não tenham muito fundamento, mas é que não sou espírita e tenho tentado entender melhor a doutrina. Desculpe se não fui claro a algumas questões, mas é que o assunto não é tão claro para mim ainda. Obrigado antecipadamente pela atenção.
abraços, Fernando

Caro Fernando,

Suas perguntas são fundamentais e muito bem colocadas. Suas dúvidas, tenho certeza, são também de muita gente, tanto de iniciantes quanto de experientes na doutrina espírita. Isso mostra que a nossa razão, através da reflexão, pode ir muito longe mesmo. Essa prática deve ser sempre estimulada, pois é um bom caminho a seguir.

Iniciamos aqui no GEAE um trabalho com o título Relação Espírito:Matéria, que foi e está sendo publicado em partes. Nas edições de números 15 e 17 abordamos especificamente a Reencarnação e na próxima parte procuraremos enfocar essas questões levantadas. Porém, acima de tudo, só poderemos entender ou "sentir" A VERDADE com nosso próprio esforço, com ajuda, mas sem imposição de ninguém, para que a nossa razão trabalhe livremente.

domingo, 4 de dezembro de 2005

Relação Espírito:Matéria. A Reencarnação e as lembranças do passado


A fase preparatória para uma nova reencarnação é muito importante. Este período se inicia mesmo antes do encarne, passa pela vida uterina e continua na infância até a fase adulta. Assim mesmo, o espírito, dependendo do seu nível evolutivo e das limitações do planeta em que se encontra reencarnado, pode não atingir todo o seu potencial de conscientização no planeta.

As diferenças individuais se acentuam muito considerando pessoas com níveis de evolução muito distantes. Para um espírito que já tem uma longa "bagagem" evolutiva, a fase da infância não se torna um longo período de espera para iniciar o seu trabalho de aperfeiçoamento. Ele inicia a sua missão muito cedo, ainda como criança. Nesses casos, observam-se comportamentos que consideramos avançados na criança, como: vontade de ser independente dos pais e procurar resolver os seus próprios problemas; responsabilidade pelos seus deveres; busca incessante do conhecimento e compreensão de tudo que está ao seu alcance; as vezes a própria revolta por ser tratada como criança e a vontade se tornar um adulto o mais rápido possível, etc. A responsabilidade dos pais é muito grande e a busca do entendimento do seu comportamento conforme seu nível evolutivo, certamente promove relacionamento amigável e feliz para ambos.

As afinidades espirituais se processam conforme os diversos níveis evolutivos existentes. Existem pessoas com vida fútil, sem maiores interesses, praticamente paradas no tempo. Outras vivem com extrema maldade e a agressão é um comportamento comum. Há também aquelas com afinidades pelo trabalho honesto e produtivo no bem comum e busca constante do conhecimento.

É praticamente impossível designar os muitos grupos de pessoas com as diversas afinidades. O fato é que pessoas são atraídas pelas afinidades espirituais e quanto mais, maior será a afinidade total.

Nesse processo associa-se ainda a ação física do espírito com a emissão de fluidos vibratórios. Os fluidos são mais grosseiros nos espíritos mais atrasados e vão se tornando mais puros à medida que o espírito avança em sua escala evolutiva. Essas ondas vibratórias são perceptíveis por todo mundo de alguma forma e pode manifestar a afinidade espiritual simplesmente ao se encontrar duas pessoas do mesmo nível ou mais elevado, ou mesmo sentir a sua ação fluídica a longa distância.

Muitas vezes uma pessoa ao se encontrar com outra pela primeira vez, diz: "-não fui com a cara dela". Aí não houve uma afinidade e sim um repúdio provocado por emissões vibratórias divergentes.

Situação não fácil de ser vivida é a reencarnação de um espírito de evolução baixa numa família de evolução mais alta e no caso contrário, a situação será muito difícil para o espírito de evolução mais elevada vivendo numa família de baixo nível.

Porém, as possibilidades de reencarnações são muitas e todas têm um só objetivo que é o aperfeiçoamento espiritual. A fase de preparo, portanto, é necessária para que o espírito se adapte a sua nova oportunidade de evolução, adequando-o à nova experiência.

O espírito, entretanto, não é capaz de esquecer completamente as suas vivências anteriores e constantemente relembra de experiências passadas. O gosto pela música, ou por certo tipo de música; o pavor a certas situações, como fogo, lugares fechados, escuros, etc.; a paixão por esportes, ou por certo tipo de esporte; pelo estudo, leitura, arte, etc. Até na sua aparência física, como também na forma de se vestir ou de se viver podem estar presentes marcas de seu passado. Enfim, todas as ações que fazem os indivíduos serem distintos uns dos outros, são produtos de suas experiências vividas durante muitas reencarnações passadas.

Evidentemente que se uma nova oportunidade é oferecida com a reencarnação, há também a renovação das situações na procura de novos caminhos para sua evolução. Também aqui o nível de evolução tem muita influência no processo do reconhecimento do passado e sempre ao espírito mais elevado lhe cabe a maior proporção, pois não há muita necessidade de se "apagar" o seu passado indesejável, tendo em vista que ele, já provavelmente, resgatou suas situações difíceis tornando-se desnecessárias viverem outras novamente.

Mudanças drásticas de comportamento entre reencarnações como alteração do sexo, promovem, geralmente, recordações mais acentuadas, mas tudo depende exclusivamente de cada indivíduo. O espírito poderá experimentar novas alternativas para a sua evolução e mudar completamente o seu trabalho numa nova reencarnação. Outros preferem continuar na mesma linha de ação e prosseguem dessa forma em várias reencarnações. Tudo é avaliado e analisado e o melhor caminho é proposto. Mas o melhor, não significa o mais fácil.

É comum observarmos no nosso dia a dia, o que chamamos de dom ou talento numa pessoa, como se diz, por exemplo: "Ela nasceu para isso". Assim, existem políticos e pessoas com o dom do domínio da oratória; professores com a facilidade de ensinar; músicos talentosos, etc. De fato, o espírito muitas vezes já adquiriu longa experiência em sua área de atuação antes da atual reencarnação e para ele, obviamente, o seu trabalho será muito mais fácil do que para um outro que estaria iniciando agora.

Devemos ressaltar que nada ocorre ao acaso. O espiritismo nos esclarece que não há efeito sem causa. O dom realmente existe e não é fruto do acaso, mas sim do trabalho iniciado anteriormente. Matemáticos, físicos, astrônomos e filósofos, por exemplo, não ganharam simplesmente a capacidade de desenvolver cálculos fantásticos, medidas precisas e maravilhosos conhecimentos da vida. As suas condições de superdotados são os efeitos de seus próprios esforços, longos e dedicados, e por vezes, à custa de muito sofrimento, produzidos por meio de reencarnações e experiências anteriores.

Quando um cientista passa horas e horas, anos e anos em seu laboratório procurando o conhecimento de algo, ou um pintor passa toda a sua vida aperfeiçoando a sua arte, certamente adquire uma experiência grandiosa. Isso passa a fazer parte da sua consciência ou Espírito, constituindo a sua personalidade.

Sabemos o quanto é valido e importante uma experiência vivida, pois se precisarmos passar por uma mesma situação novamente, poderemos fazê-la de modo muito mais fácil, evitando os erros ocorridos e assim sucessivamente se vai melhorando vez por vez.

Quando dizemos que um velho tem mais experiência que um jovem, podemos estar cometendo um erro, pois não conhecemos a idade real dos espíritos envolvidos e suas experiências vividas anteriormente. Isso pode ser correto, somente se observarmos o tempo vivido nesta única reencarnação.

As marcas do passado podem influenciar seriamente a reencarnação presente. Atualmente, muitos profissionais da área médica estão procurando novos caminhos para problemas de saúde com ajuda da regressão de memória, a terapia de vidas passadas, com efeitos benéficos, já que a causa de muitos problemas pode ser reflexo de um passado longínquo.

A compreensão processo da reencarnação é o ponto de partida necessário para que o terapeuta possa realizar um trabalho profícuo, ajudando o paciente a superar os seus problemas, juntamente com os conhecimentos da terapia convencional científica que é fundamental para a manutenção do funcionamento do corpo físico.

O grande sucesso da medicina será o trabalho integrado da terapia do corpo físico com a terapia espiritual, quando necessária. Os trabalhos profissionais nessa área têm evoluído bastante no Brasil e não se pode negar a existência de "recordações do passado anteriores a vida uterina" narradas por pessoas que participaram de sessões de regressão de memória, comprovadas por estudos meticulosos.

Algumas hipóteses são formuladas pelos cientistas para a causa desses efeitos, entre elas a de que tudo acontece devido a genes que herdamos de nossos antepassados. Por outro lado, o interesse no conhecimento da vida após a morte é constante, especialmente na comunicação com os espíritos desencarnados. O segundo caminho é o mais promissor para os cientistas e o avanço tecnológico da informática deverá trazer grandes progressos nesse sentido.

A reencarnação é uma prova máxima da verdadeira justiça Divina. A visão simplista de que indivíduos privilegiados nascem com uma inteligência superior em condições favoráveis, enquanto outros como miseráveis em péssimas condições de vida, acontece por ordem Divina, deve ser descartada pela nossa razão. Tudo é produto transitório do modo de vida a que cada um decide seguir na longa estrada evolutiva. "A cada um segundo suas obras".

Com a reencarnação compreendemos que todo o conhecimento adquirido com muito esforço e trabalho, sem a preocupação com o retorno material merecido, mas simplesmente pela satisfação pessoal e todo o bem que praticamos, não são em vãos e são sinônimos de uma vida melhor no futuro.