domingo, 24 de agosto de 2008

O Limite do Homem


A cada quatro anos o mundo se reúne sob a bandeira do esporte nas olimpíadas. O corpo físico do ser humano é testado em busca de seu máximo potencial, semelhante a uma máquina. São realizadas diversas modalidades de esportes e a cada ciclo, novos tipos são introduzidos. Verificamos, espantados, a enorme distância existente entre um atleta campeão olímpico e a vida comum de bilhões de pessoas. O ser humano mais rápido do mundo; o nadador mais eficiente; o mais forte, etc. Recordes são quebrados a cada olimpíada, deixando para trás marcas que pareciam insuperáveis. Qual o limite do homem?

Tudo leva a crer que não há limites. O organismo se adapta com o passar do tempo e incorpora avanços em seu DNA no aperfeiçoamento do que se deseja. Aliado a isso, novas tecnologias surgem a todo instante e se tornam viáveis para uso na vida cotidiana. Um novo tênis mais leve, resistente e confortável; uma bicicleta que exige menos esforço; roupas mais adequadas, etc. Mas quase sempre não é a equipe ou o atleta mais preparado fisicamente que vence a disputa. Os componentes espirituais são fundamentais para o sucesso. A força de vontade, o preparo emocional, a superação do medo, a pressão social, ou como se diz popularmente: o estado de espírito é tudo nesse momento. Entretanto, a vida deve fluir de forma adequada para a sobrevivência do planeta.

Durante a realização dos jogos olímpicos forma-se um ambiente de fraternidade mundial. Embora a competitividade esportiva seja muito forte entre os atletas, equipes e nações, a fraternidade, solidariedade e o respeito à vida crescem. Não há vitoriosos e perdedores. É possível facilmente reconhecer o esforço que cada atleta demonstra na superação de suas dificuldades. Junto com os treinamentos intensivos, dedicados horas e horas durante muito e muito tempo, ocorrem grandes sacrifícios pessoais em busca do sonho olímpico. Passado o momento do pódio, tudo parece se acabar com o tempo... Por que tanto sacrifício? Creio que não há respostas plausíveis para o inexplicável. Uma paixão? Um sonho? Um dom? Fama e sucesso? Enfim, a causa diante de tanto esforço parece estar em outro plano da vida.

Durante os jogos olímpicos de Berlim, na Alemanha em 1936, Adolpho Hitler queria mostrar ao mundo a superioridade da raça ariana. Mas o grande destaque foi o negro americano Jesse Owens, que venceu os 100 m, 200 m, salto em distância e o revezamento 4 x 100 m. Ele superou 6 recordes mundiais num intervalo de 75 minutos diante de um público aproximado de 100 mil pessoas, sem a presença de Hitler que se retirou do estádio.

A contribuição para um mundo melhor, mais fraterno, livre de violência, miséria, pobreza e mais feliz, sem dúvida alguma, merece todo o esforço possível. Buscar o limite do corpo físico e espiritual para o bem comum é uma grande vitória. Há muitas formas de se vencer na vida. Uma vida simples, mas com grandes progressos espirituais é um belo caminho a ser seguido. As oportunidades no caminho do bem aparecem a todo instante e cada indivíduo deve-se preparar para missões cada vez maiores, conforme o seu trabalho realizado. Continuemos sempre...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Medo da morte


Pesquisando sobre a vida de Chico Xavier na internet, baixei um vídeo do YouTube que mostra uma passagem da famosa entrevista que Chico concedeu ao programa Pinga-Fogo da rede Tupi de TV em 1971. Sempre quando vejo o vídeo dou longas risadas.


O medo da morte está diretamente ligado ao ser humano. Há um grande desafio a vencer no preparo espiritual diante da morte. Após o nascimento, aumenta gradativamente a conscientização da vida acompanhada do medo da morte. Sabemos que a vida na Terra se inicia com a fecundação, se completa com a primeira respiração ao nascer e se extingue com a morte cerebral. Após a morte, a vida continua, mas a passagem desta para outra vida causa muita angústia e medo. Chico nos deixa com muito humor e humildade exemplo de vida de que somos humanos, frágeis e sensíveis perante a possibilidade da morte corpórea.


Ao final da entrevista, após duas horas e vinte minutos falando com jornalistas e convidados, o mediador do programa faz a seguinte pergunta: “ Chico, um telespectador pede que você conte um fato ocorrido numa viagem de avião em que os motores tiveram problemas e você entrou em pânico; o que aconteceu nesse avião?”


Chico Xavier narra com muito bom humor a sua trágica viagem de aviação ocorrida em 1959, de Uberaba a Belo Horizonte. Após breve parada na cidade de Araxá, o avião começou a se inclinar de um lado para outro, fazer piruetas, deixando os passageiros em pânico. O comandante disse para que não se impressionassem, pois estava ocorrendo um fenômeno chamado “vento de cauda” e que apenas chegariam mais cedo ao destino. Mas algumas pessoas disseram: “mais cedo ao outro mundo...” Chico entrou também em pânico, tal como as outras pessoas que gritavam, oravam, choravam e vomitavam prevendo um grande acidente. Ele começou a gritar: “Valei-me meu Deus!” Nisso, entrou no avião o seu amigo espiritual, Emmanuel, o qual era visto somente por ele graças a sua extraordinária mediunidade de vidência. Emmanuel disse: “Chico, ouvi o seu chamado e estou aqui. O que há?” Chico respondeu: “o Senhor não acha que estamos em perigo de vida?” Emmanuel respondeu: “ Estão. E o que tem isso? Muita gente está em perigo de vida nesse momento, vocês não são privilegiados”. Diante dessa resposta, Chico continuou apavorado e gritando com medo da morte. Emmanuel então lhe disse com certo ar de humor: “Pare de gritar para não piorar ainda mais o estado de aflição dos outros passageiros e morra com educação”. Chico finalmente disse no programa que gostaria muito de saber como se faz para morrer com educação...


Chico Xavier morreu aos 92 anos, na noite de 30 de junho de 2002, na cidade de Uberaba, 43 anos após esse episódio. Segundo o seu médico, Eurípedes Tahan Vieira, Chico sofreu uma parada cardíaca, sem sofrimento, sem dor e sem nenhum aviso prévio. Chico Xavier deitou-se para dormir no horário habitual, às 19h20, foi para a cama e, como de costume, ergueu as mãos para o alto e rezou. Morreu cerca de dez minutos depois. Morreu com educação...

domingo, 22 de junho de 2008

Onde estamos?


O planeta Terra encontra-se localizado na Via Láctea. É um minúsculo ponto entre os 400 bilhões de estrelas dispersas no universo. A Via Láctea está inserida em meio a cerca de 30 outras galáxias. A luz caminha à velocidade de 300 mil km por segundo. A distância percorrida pela luz durante um ano, chama-se ano-luz. Para atravessar a via láctea, de uma extremidade à outra, serão necessários ao redor de 100 mil anos-luz. É inimaginável tal estrutura de espaço. A Terra gira em torno de si mesma, movimento chamado rotação e gira em torno do sol em translação, definindo as estações do ano. Portanto, não estamos parados e caminhamos no espaço incessantemente.

Tudo no universo é relativo. Supondo que duas pessoas, gêmeas, estivessem no mesmo ponto sobre a Terra e uma delas entrasse em uma espaçonave e viajasse à velocidade da luz. Quando o viajante voltasse do espaço encontraria o seu irmão gêmeo mais velho do que ele. Isso ocorreria porque quanto mais próximo da velocidade da luz se viajar, o tempo flui mais devagar na espaçonave conforme a passagem do tempo a que estamos acostumados. Na teoria da relatividade deduzida por Einstein, cada observador tem sua própria medida do tempo, implicando que somente o movimento relativo é importante. Atualmente a teoria da relatividade continua com grande credibilidade no meio científico na era dos mais avançados computadores. Massa e energia são equivalentes conforme Einstein definiu em sua famosa equação: E = m.c2 (energia é igual a massa vezes a velocidade da luz ao quadrado).

Há pouco tempo atrás foi inventada a calculadora. Ficamos fascinados com a rapidez nos cálculos simples e científicos que eram muitas vezes feitos à mão. Hoje, se toda a população da Terra (6 bilhões de pessoas) usassem uma calculadora durante todos os minutos, o ano todo, seriam necessários 46 anos para fazer os cálculos que o supercomputador lançado nos EUA faz em um dia. Ele processa cerca de um quatrilhão de cálculos por segundo. E o nosso cérebro, quanta informação processa? O avanço da tecnologia certamente nos mostrará muitas coisas que hoje parecem absurdas.

Onde estamos? Você acredita que estamos sozinhos nesse universo? Do ponto de vista material será que só a Terra é habitada? A ciência espírita nos esclarece que o espírito é eterno. Uma forma de energia. Ser individual que sobrevive após a morte do corpo físico, infinitamente. Ser que continua em evolução eterna. Seguiremos a vida em outros mundos e planos sem cessar, conforme Cristo nos mostrou o caminho da verdade ao dizer: - “Há muitas moradas na casa do meu Pai...”

Diante da complexidade da vida e do universo não vale a pena entrar em desespero e muita vezes em depressão diante das nossas dificuldades. Temos muito que avançar rumo à felicidade eterna.

domingo, 15 de junho de 2008

Água e a vida na Terra


Como é bom levantar cedo, abrir a torneira, lavar o rosto e escovar os dentes. Chegar cansado do trabalho depois de um dia intenso, abrir o chuveiro e tomar um banho quentinho e relaxante. Lavar a louça, a roupa suja... A vida prossegue adequadamente com o nosso líquido precioso: a água. Ainda não inventaram uma bebida mais saudável e agradável. Quando não se está com sede, o organismo aceita bem uma bebida comercial, refrigerante, cerveja, suco, etc. Mas nada substitui a água saudável, ou seja, livre de impurezas e contaminação, principalmente quando se está com muita sede. O organismo sabe perfeitamente do que necessita. A água é fundamental para manutenção da vida. Cerca de 70% do peso corporal do indivíduo adulto é constituído por água. Uma redução de 4 a 5% da água corpórea reduz de 20 a 30% a capacidade de trabalho dos órgãos. Perda de água de 6% do peso é desastrosa e de 20% pode ser fatal. Um adulto ingere em média de 1500 a 3000 ml de água por dia. Felizmente o Brasil é um grande país, mantendo um bom potencial hídrico de água potável. Mas até quando?

O nosso planeta Terra é formado por dois terços de água. Mas a disponibilidade de água potável é limitada. Sabemos que há escassez natural em muitas partes do planeta, em regiões áridas não habitáveis e também em locais onde vivem muita gente. Muitos países populosos já enfrentam problemas com a escassez do líquido precioso e medidas de preservação de água são consideradas fundamentais.

Na Austrália, por exemplo, o governo promove intensa campanha através de jornais, televisão, panfletos, outdoors, comerciais, etc., visando à utilização eficiente da água, “save water”. As residências são equipadas com grandes reservatórios externos para captação de água da chuva e os moradores fazem questão de colocar uma plaquinha informando “uso de água da chuva”. Num final de tarde, fazíamos uma caminhada pelas ruas da cidade, em Brisbane, quando ao passar por uma residência, notamos a presença de um belo cão próximo a uma cerca. O morador estava aguando o jardim com uma mangueira e, percebendo que olhávamos para seu quintal, imediatamente começou a se justificar que a água em uso era a da chuva. Ficamos impressionados!

Todas as caixas de descarga dos banheiros contém duas divisões, uma para descarga de dejetos sólidos e outra para líquidos. Antes do início dos shows populares, ocorrem exibições de filmes em telão, com conteúdo educativo sobre a preservação da água. Há restrição ao uso da água, classificados em níveis conforme acompanhamento ambiental. O governo do Estado estabeleceu nível 6 a partir de Novembro de 2007. Aguar jardins somente com regador, três vezes por semana; veículos e casas, pode-se lavar somente espelhos e vidros; é proibido lavar área externa; há restrição ao uso de chuveiros (4 minutos), lavagem de louças, roupas, etc. Multas: primeira vez AU$150; segunda AU$ 450; terceira AU$1050.

E no Brasil? Outro dia estava passando por uma rua e notei uma mangueira totalmente aberta na calçada. Pior ainda foi observar um rapaz lavando a rua de frente ao seu estabelecimento com um jato de alta pressão, não era nem a calçada. O desperdício não tem limite. Até quando?

Espiritualmente sabemos que estamos vivendo sob a Lei da Natureza, ou seja, a Lei de Deus. Tudo deve seguir o equilíbrio, mantendo-se a harmonia universal. Preservar a natureza certamente é o melhor caminho. Cada um tem a sua responsabilidade. O desrespeito com a natureza promove efeitos drásticos para a vida na Terra e para os nossos descendentes. E mais...quais serão as conseqüências espirituais para a vida após a morte?